quarta-feira, 25 de setembro de 2013

É mãe, tá difícil viver a vida e suas intermitências. Um vai e volta de sentimentos e pessoas. Você sabe que eu sempre fui dessas de maquiar os meus sentimentos. Por isso escrevo, ao invés de fazer um interurbano. A verdade é que quando eu abro a boca para falar dos meus conflitos, os sentimentos me vêm redobrados e eu começo a chorar daquele jeito criança que você conhece.
Estou começando a achar que, apesar de tudo, essa sua ausência constante é um condicionamento para quando eu tenha que morar sozinha, em breve. Assim como as ausências do papi durante minha infância me prepararam. Sofrerei pela metade. Mas confesso que fica cada vez mais difícil fazer o jogo do contente.
O sentimento de não-pertencimento e de insuficiência me consomem. Não se preocupe, mami. É só uma fase.
Ademais, gabaritei Marketing de novo hoje. E acho que fui bem na prova de História da Arte. Quem sabe se eu tivesse um "namoradinho", como você costuma dizer, eu não iria ter essas satifações. Também tive uma entrevista de estágio. Estou me esforçando para ser alguém na vida, porque o conhecimento é algo que ninguém pode tirar de mim. Já esse meu jeito de ser, acho que esta constantemente se construindo e desconstruindo. Cada pessoa com quem converso - colegas, amigos, professores, caixa do supermercado, sem-teto da praça, entrevistadora, cobrador do ônibus - me acrescentam algo, ainda que minimamente.
Eu realmente quero ser alguém e estou me esforçando para isso.
Quero ser alguém como você ou o papi, ou o meu avô ou avózinha.
Te amo.
Com carinho.

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