segunda-feira, 23 de junho de 2014

Catarse

Aconteceu. Aconteceu o que ela sabia que iria acontecer cedo ou tarde. Aconteceu o que ela postergava ao máximo. Após sete anos ela não experimentava a dor da partida definitiva. A dor da despedida. A dor de saber que por mais que ambos os lados jurem suas vidas que a amizade não acabará, ela irá gradualmente afrouxar, como dois cordões. Quando os dois lados esticam, o nó está bem forte. Na cabeça dela o problema está em cada um seguir a sua vida como tem que ser, continuar na rotina, conhecer novas pessoas, voltar a malhar, trabalhar, estudar e encontrar tempo para namorar. Diferentemente do outro lado, ela sabia que promessas não são suficientes - e nem a vontade. Pois a vontade dela era ficar, deixar ser amada por ele, curtir suas amizades, estudar e trabalhar. O que quase ninguém entendia, porém, é que ela estava incompleta, aliás, era sempre um copo a ser preenchido. Quando tinha amigos, não tinha família. Quando finalmente tem a família, não tem amigos.
Incrivelmente, porém não surpreendentemente, após 8 mudanças, está aparentemente mais forte, não chorou no primeiro mês. A partir do segundo, chorava escondido, até dormir. À noite sonhava com a vida que deixou para trás e que queria continuar. De dia, enfrenta a realidade.
Encontra uma maneira de sorrir, de viver com certa paz interior, em conformidade com suas próprias escolhas. Não pode culpar ninguém pela sua infelicidade, assim como a felicidade que, quando vem, não depende de alguém, mas só dela. Seu avô bem que dizia: 

A felicidade não existe, o que existe são momentos felizes.

domingo, 27 de abril de 2014

Ninguém irá sentir a sua dor quando estiver tudo acabado e você tiver que ir embora.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

É mãe, tá difícil viver a vida e suas intermitências. Um vai e volta de sentimentos e pessoas. Você sabe que eu sempre fui dessas de maquiar os meus sentimentos. Por isso escrevo, ao invés de fazer um interurbano. A verdade é que quando eu abro a boca para falar dos meus conflitos, os sentimentos me vêm redobrados e eu começo a chorar daquele jeito criança que você conhece.
Estou começando a achar que, apesar de tudo, essa sua ausência constante é um condicionamento para quando eu tenha que morar sozinha, em breve. Assim como as ausências do papi durante minha infância me prepararam. Sofrerei pela metade. Mas confesso que fica cada vez mais difícil fazer o jogo do contente.
O sentimento de não-pertencimento e de insuficiência me consomem. Não se preocupe, mami. É só uma fase.
Ademais, gabaritei Marketing de novo hoje. E acho que fui bem na prova de História da Arte. Quem sabe se eu tivesse um "namoradinho", como você costuma dizer, eu não iria ter essas satifações. Também tive uma entrevista de estágio. Estou me esforçando para ser alguém na vida, porque o conhecimento é algo que ninguém pode tirar de mim. Já esse meu jeito de ser, acho que esta constantemente se construindo e desconstruindo. Cada pessoa com quem converso - colegas, amigos, professores, caixa do supermercado, sem-teto da praça, entrevistadora, cobrador do ônibus - me acrescentam algo, ainda que minimamente.
Eu realmente quero ser alguém e estou me esforçando para isso.
Quero ser alguém como você ou o papi, ou o meu avô ou avózinha.
Te amo.
Com carinho.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Eu te odeio

Eles disseram que fica mais fácil, mas eles mentiram
Ela me olha e diz: "eu vou ficar bem",
Mas então ela desvia o olhar para que eu não a veja chorar
E isso é quando eu me pergunto
Como é que eu vou ser tudo o que eles esperam que eu seja quando eu me sinto tão sozinho
Porque eu deixei meu coração em casa
 Se você sente falta de mim, eu estou apenas a um telefonema de distância
Por favor, seja forte, seja forte para mim
Eu preciso de você para mostrar como mudar o meu interior
Seja forte, seja forte para mim!

Morte

Mataram o amor dentro dela. E a paixão por si igualmente morreu. Antes cabeça erguida, agora cabisbaixa e olhar tímido. Como quem não quer ser notado. E, por não se amar, ninguém a ama.
Alma gélida. Contato desconfiado. Olhar assustado. Como um animal do mato, que foge ao desconhecido. Foge de novos lábios, novas mãos, novos laços. Ela não quer o novo. Ela quer o que nunca terá outra vez, se é que algum dia teve, se tudo não passou de ilusão de menina. Ela quer as mesmas palavras apaixonadas proferidas impulsivamente; a mesma sensação ao ser tocada; o mesmo sorriso que descobriu; a mesma felicidade de sentir-se única... Ah, a felicidade! Ela morreu.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Coisas que me lembram você

Amor. Filmes de amor. Hematomas na minha perna. Piercing no septo. Morte. Vacas mortas. Celtas. Ed Sheeran. Screamo. Paquecas. Gustavo Borges. O fantastico mundo de Bob. Bob Esponja. Aranhas. Donnie Darko. Cinemark. Sair com outros caras. Estacionamento do Carrefour. Meu celular silencioso.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Sobre a tragédia que abalou o Brasil porém não a mídia

Nossa presidente, com a voz embargada e após cancelar encontros políticos, decretou luto em todo o Brasil. Quando a tragédia em Santa Maria aconteceu eu fiquei abalada. Poderia ter sido eu e meus amigos lá dentro. Poderia ter sido eu e meu irmão, da vez em que saímos para nos divertir juntos, eu pensei. Todos aqueles jovens tinham família, amigos e vidas pela frente. Mas, depois de passado o estado de choque, comecei a convalescer e a pensar com mais clareza. Pessoas compartilhavam fotos das pessoas mortas (e empilhadas) na boate Kiss; divulgavam vídeos no Youtube sobre o acontecido; o Fantástico não estreou o novo programa do Dráuzio Varella para interrogar as vítimas (ou parentes) que sobreviveram; na uol, fotos de familiares derramando lágrimas sobre os caixões. E eu percebo que tudo isso se tornou um grande ESPETÁCULO MÓRBIDO. O proveito sensacionalista que estão tirando do acontecido. Ninguém deixa as famílias dos falecidos sofrerem EM PAZ.  Não existe mais respeito. Eles merecem isso, eles merecem paz e tranquilidade e não jornalistas que os assediem. A mídia os assedia. Claro, quando o FURO DE REPORTAGEM está em jogo, o que mais importa? O mais deplorável de tudo é que as pessoas gostam de um espetáculo. Querem ver os vídeo do youtube, as fotos de cadáveres, os perfis das vítimas no facebook e como elas eram. Quantas dessas pessoas oram à noite e pedem pela tranquilidade dos espíritos e das famílias? QUANTAS? A Presidente Dilma é outra. Milhares de pessoas morrem todos os dias nos corredores dos hospitais pela falha do sistema de saúde do nosso país e eu pergunto: ELA CHORA POR ESSAS PESSOAS TAMBÉM? DECLARA LUTO NACIONAL POR ELAS? A resposta: NÃO! Estou revoltada com a hipocrisia do ser humano. Nessas horas lembro do anel de Giges e de como o poder corrompe. Dilma Rouseff, que lutou pelo nosso Brasil na ditadura e pagou caro por isso, agora TRAI seus ideais e carrega um anel invisível.